Contact Us

Edit Template

Uma revolução silenciosa no Brasil: O cuidado virou lei e isso vai impactar sua vida e sua empresa

Em julho de 2025, o Brasil deu um passo histórico ao promulgar a Lei 15.069/2024, que institui a Política Nacional de Cuidados. Pela primeira vez, o cuidado – tantas vezes relegado ao espaço privado e invisível da casa – passa a ser reconhecido como um direito de todos e uma responsabilidade compartilhada pela sociedade, Estado e setor privado.

Essa transformação silenciosa, mas profunda, deve impactar diretamente a vida de milhões de pessoas que cuidam de filhos, idosos, pessoas com deficiência ou familiares com doenças crônicas. E, sim, também deve provocar reflexões e mudanças importantes no mundo corporativo.

O que a nova lei de cuidados muda na prática?

A partir de agora, cuidar não é mais visto como um favor ou uma obrigação moral da família, mas como um direito social. Isso inclui:

  • O direito de ser cuidado

  • O direito de cuidar com dignidade

  • O direito ao autocuidado para quem cuida

A sobrecarga do cuidado, antes depositada majoritariamente nas costas das mulheres e das famílias, passa a ser dividida entre o governo, a sociedade e as empresas. O cuidado se torna um tema público.

Pela primeira vez, a legislação reconhece formalmente a figura do cuidador não remunerado – pessoas que deixam seus empregos ou reduzem suas jornadas para cuidar de parentes. Esse trabalho agora é reconhecido como trabalho real, com valor econômico e social.

Os três pilares da política nacional de cuidados

A nova legislação se apoia em três pilares que servem de guia para todas as ações futuras:

  • Reconhecer: O Estado deve medir, visibilizar e valorizar o trabalho do cuidado, que sempre sustentou silenciosamente a economia brasileira – quase sempre feito por mulheres, sem remuneração ou apoio.
  • Reduzir: O objetivo é diminuir a sobrecarga do cuidado, ampliando a oferta de políticas públicas como:
    • Creches

    • Escolas em tempo integral

    • Centros de dia para idosos

    • Serviços para pessoas com deficiência

  • Redistribuir: A lei promove a divisão mais justa das responsabilidades de cuidado entre homens e mulheres, famílias, Estado e empregadores. As empresas são chamadas a participar dessa transformação.

Apoio financeiro para cuidadores: O que a lei prevê?

A Lei 15.069/2024 não cria imediatamente um salário para cuidadores, mas obriga o poder público a desenvolver políticas de suporte econômico para essas pessoas.

Entre as possibilidades futuras estão:

  • Criação de programas de transferência de renda, como uma “Bolsa Cuidado”

  • Apoio à contribuição previdenciária (INSS) para garantir aposentadoria

  • Acesso a serviços públicos gratuitos de apoio e capacitação

Trata-se de um avanço relevante no reconhecimento de quem cuida, mesmo que ainda exista um longo caminho para a remuneração direta e universal.

Por que isso também importa para sua empresa?

Esse não é apenas um tema social – é um tema de produtividade, saúde mental e retenção de talentos. Muitos profissionais, sobretudo mulheres, deixam seus cargos ou reduzem o ritmo de trabalho para cuidar de familiares.

Empresas que ignoram essa realidade perdem força de trabalho valiosa. Já aquelas que criam políticas de apoio ao cuidado se destacam na retenção e no bem-estar de seus colaboradores.

Medidas como:

  • Flexibilização de jornada

  • Licenças ampliadas

  • Apoio emocional

  • Auxílio-cuidado

Deixam de ser um diferencial competitivo e tendem a se tornar obrigação ética – e, futuramente, legal.

Cuidar também é um ato político e coletivo

A Política Nacional de Cuidados inaugura um novo paradigma no Brasil. Cuidar – algo que sempre foi visto como dever privado – passa a ser reconhecido como responsabilidade coletiva, com efeitos profundos na vida das famílias, no mercado de trabalho e nas políticas públicas.

O momento agora é de consciência e ação. Para as famílias, é hora de buscar informação e direitos. Para empresas, é hora de se adaptar e incluir o cuidado como parte da cultura organizacional.

Na prática, o cuidado finalmente virou lei – e isso muda tudo.

FAQ

Resumo do artigo

É a lei que cria a Política Nacional de Cuidados no Brasil, reconhecendo o cuidado como um direito de todos e uma responsabilidade compartilhada entre o Estado, as famílias, a sociedade e as empresas. Ela garante mais visibilidade e proteção a quem cuida de outras pessoas, como familiares idosos, com deficiência ou crianças.

A lei reconhece tanto cuidadores profissionais quanto cuidadores não remunerados, que são pessoas – geralmente familiares – que se dedicam ao cuidado de alguém em tempo integral, muitas vezes sem apoio financeiro, sem descanso ou reconhecimento formal.

Não imediatamente. A lei obriga o governo a criar benefícios sociais para os cuidadores, como programas de transferência de renda, apoio previdenciário (como contribuição ao INSS) e serviços de suporte. A expectativa é que essas políticas sejam desenvolvidas nos próximos anos.

As empresas agora são chamadas a dividir a responsabilidade do cuidado. Isso significa que práticas como jornada flexível, licenças ampliadas, auxílio-cuidado e apoio emocional devem se tornar cada vez mais comuns. Ignorar o impacto do cuidado na vida dos colaboradores pode afetar diretamente a produtividade e a retenção de talentos.

A família deixa de ser a única responsável pelo cuidado. Com a nova política, espera-se a ampliação de creches, escolas em tempo integral, centros de apoio a idosos e serviços de cuidado especializados, o que reduz a sobrecarga doméstica e permite que mais pessoas conciliem cuidado com vida profissional.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fale conosco e tenha o suporte especializado em Direito Previdenciário, Cível e de Família que você precisa. Estamos prontos para ajudar.

© 2004 – 2024 – Freitas Rissi e Nunes Advocacia | Todos os direitos reservados. | Desenvolvido por advocobrasil.com.br